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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Após ficar paraplégico, PM decide continuar na ativa na corporação

O exemplo do sargento Pompílio motivou toda a corporação. "A ocorrência o afetou fisicamente, mas não o desmotivou a continuar. Isso alegrou e motivou a tropa", comentou o comandante do 11ª BPM, tenente-coronel Samuel Pereira Gomes.

O horário de serviço já havia terminado, porém uma situação no meio da rua fez com que o sargento Hélvio Pompilio, 43 anos, agisse em favor da segurança. Ele seguia de carro para casa, quando viu dois homens assaltando um comércio em Samambaia. O militar tentou intervir na ação, mas acabou atingido por um tiro na coluna. Com isso, Pompilio perdeu os movimentos das pernas e ficou afastado da Polícia Militar. Ao retomar ao trabalho, teve a opção de se aposentar, mas almejou a continuidade na carreira. Tornou-se então o único PM cadeirante na ativa no Distrito Federal.

“Eu tinha saído há pouco do quartel e não estava fardado. Ao descer do carro, os bandidos já vieram para cima, somente deu tempo de defender uma pessoa, colocando para trás, quando um deles atirou”, lembra Pompilio. O militar caiu no chão e os bandidos fugiram levando a arma dele. “A minha intenção era de proteger as pessoas, mas infelizmente ocorreu esse fato”. Os criminosos foram presos em menos de um mês.

Pompílio passou por três cirurgias. Em um dos procedimentos, foi constatada uma lesão medular. Diante disso, o militar se viu numa nova condição de paraplégico. O apoio da família, amigos e colegas de trabalho foi primordial na recuperação. “Foi um momento difícil, afinal, eu era bem atuante e ativo. Numa única vez, me vi em uma cadeira de rodas, sem os movimentos das pernas. Deus tem me dado condição para superar o dia a dia, e todos estiveram bem presentes comigo, principalmente meus dois filhos”.

Entre o acidente, cirurgia e tratamentos, três anos se passaram. Tempo em que o sargento ficou afastado da corporação. Na volta, ele contou com apoio para se aposentar, em virtude de acidente de trabalho, porém decidiu continuar na carreira. “Optei por continuar na corporação e fechar o ciclo de cinco anos até a aposentadoria por tempo de serviço. Me sinto útil para a sociedade”. Pompílio retornou as atividades no 11º Batalhão da Polícia Militar, o mesmo em que atuava na época.

Desde julho do ano passado, ele atua internamente na subseção de comunicação social do quartel, divulgando as ocorrências para a comunidade e imprensa. O exemplo do sargento Pompílio motivou toda a corporação. “A ocorrência o afetou fisicamente, mas não o desmotivou a continuar. Isso alegrou e motivou a tropa”, comentou o comandante do 11ª BPM, tenente-coronel Samuel Pereira Gomes. O sargento se vê realizado com o período. “Estou muito feliz com o meu retorno para polícia. O apoio de todos tem me dado força para conseguir meus objetivos pessoais e na carreira militar”, finalizou.

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