O governador Omar Aziz em conversa com os presidentes das entidades lembra o tempo de estudante em que ia para as ruas protestar contra aumento das passagens de ônibus |
Após a baixa adesão ao movimento, líderes dos PMs e bombeiros do Rio de
Janeiro decidiram suspender a greve iniciada na quinta passada.
A assembleia de hoje tornou-se uma reunião para discutir como negociar a
libertação dos manifestantes presos: nove PMs e 11 bombeiros detidos em Bangu
1; outros sete PMs em um quartel da corporação e 162 bombeiros em detenção
administrativa.
A Defensoria Pública do Rio decidiu atuar na defesa dos PMs e bombeiros
presos. O Tribunal de Justiça do Rio disse que alguns pedidos já foram
encaminhados para parecer do Ministério Público.
"Ainda não conseguimos falar com eles. Estão incomunicáveis. São
presos políticos", disse à Folha a estudante Ana Paula Matias, 29, mulher
do sargento do Corpo de Bombeiros, Alexandre Gomes Matias, 32, preso em Bangu
1.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL), da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia do Rio, disse que a prisão dos militares em Bangu 1 é
"inaceitável" e "arbitrária".
A ida dos presos para Bangu 1 é defendida pelo governo Sérgio Cabral
(PMDB) como forma de isolar os líderes do movimento e "sufocar" a
greve. As prisões foiram feitas já nos primeiros dias.
Omar Aziz que já foi vice-governador lembra que a PMAM ficou cerca de 8 anos sem aumento. Por isso, ele disse reconhecer que os Militares merecem um aumento digno |
O Estado diz fundamentar sua decisão com a Constituição Federal, que não
permite que militares façam greve, e o Código Penal Militar (CPM) que aponta
como crime o "incitamento à greve".
Mas o Superior Tribunal Militar entende que os militares só devem ficar
em presídios comuns ao perder a condição de militar.
Além disso, 162 bombeiros foram postos em prisão administrativa e
responderão a processos disciplinares --incluindo 123 indiciados na sexta-feira
e 39 guarda-vidas que faltaram ao serviço no GMar (Grupamento Marítimo) da
Barra da Tijuca (zona oeste).
As três categorias rejeitaram um aumento aprovado na sexta (10) que eleva
de R$ 1.277 para 1.969 o salário-base de PMs e bombeiros. Elas reivindicam um
piso unificado de R$ 3.500.
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