Matéria do Site Abordagem Policial publicada no dia 01 de novembro de 2012.
Categoria: Polícia
e Política, Reflexão
| Autor: Danillo Ferreira.
Algumas
coisas parecem óbvias, desnecessárias de serem ditas, mas justamente por
possuírem este estatuto acabam por ser desapercebidas e convenientemente
ignoradas. Não é novidade que o grupo dos policiais é mais vulnerável a mortes
não naturais do que as demais pessoas da sociedade, por motivos que parecem
unânimes e evidentes, mas nem sempre estudados e considerado no desenvolvimento
de políticas pública na área de segurança pública.
Após o
levantamento parcial feito pelo jornal Folha de São Paulo, apontando que um
policial morre a cada 32 horas no Brasil, vale a pena investigar quais são as
peculiaridades da atividade policial que levam esses profissionais a estarem
mais expostos do que outros trabalhadores:
Confrontos em Serviço
Esta
parece ser a causa mais óbvia, pois até mesmo os filmes de Hollywood demonstram
que policiais podem, durante o serviço, se confrontar com criminosos que
estejam dispostos a fazer frente à força legítima do Estado. Nem sempre esta
força incide de modo a evitar tragédias, e policiais acabam tombando
assassinados no desempenho da função.
Represálias
Ser
policial, muitas vezes, é contrariar interesses de pessoas mal intencionadas e
interessadas em lucrar a partir da lesão ao outro. Quando a polícia intervém
evitando que tais práticas se propaguem é possível que o criminoso tome a ação
como “pessoal”, e resolva exterminar os responsáveis por frustrar seus negócios
ilegais. Assim, policiais morrem, simplesmente, por terem cumprido seu papel.
Acidentes no exercício função
Em uma
perseguição policial, ou num salvamento a uma vítima, o motorista de uma
viatura às vezes se vê compelido a exceder os limites de velocidade e a
desobedecer as normas de trânsito visando ter êxito em uma ocorrência. Há
muitos casos em que acidentes graves e fatais ocorrem por causa desta exposição
às vezes necessária. Também se enquadra neste caso acidentes com armas de fogo.
Reconhecimento fora de serviço
Um
assalto está em pleno andamento quando um policial fardado, voltando do
serviço, acaba sendo visto pelos criminosos, que resolvem investir contra o
policial evitando qualquer rechaça a seus atos criminosos. O mesmo ocorre
quando o policial é identificado por documentos, apetrechos em seu veículo etc.
Reação a assalto
Com a
muito frequente ocorrência de roubos atualmente, não é difícil que um policial
seja vítima dessa modalidade delituosa, e, no caso de estar portando arma de
fogo, quase sempre a alternativa é reagir, correndo o risco do erro e
consequente desfecho trágico.
Como se
vê, existem pelo menos cinco motivos que expõem o policial à letalidade que o
resto da população é imune. A pergunta que fica é sobre as medidas adotadas
pelos governos para reduzir estas possibilidades, resguardando o máximo
possível o direito dos policiais à vida.
Autor: Danillo Ferreira - Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato: abordagempolicial@gmail.com
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