O líder do Partido da República na Assembleia Legislativa do Amazonas, Deputado Cabo Maciel tem feito severas críticas aos apagões que virou rotina no município de Itacoatiara, prejudicando os comerciantes, alunos, pacientes em hospitais e as donas de casas que se queixam de terem seus utencílios domésticos queimados.
Deputado Cabo Maciel tem denunciado os apagões em Itacoatiara |
Pelo menos 80%
do atendimento elétrico às localidades consideradas isoladas do interior do
Estado do Amazonas pode ser realizado a partir da geração de energia
fotovoltaica (energia solar). Os outros 20% devem ser distribuídos entre fontes
a partir de PCH (Pequenas Centrais Hidrelétricas), hidrocinética (mecanismo em
formato de roda movida a água) e biomassa, como energia complementar.
A informação foi
fornecida pelo engenheiro Áureo Matos, do Processo de Projetos Especiais do
Programa Luz para Todos na Eletrobras Amazonas Energia, durante o “Amazonas
Greenergy - Simpósio Internacional de Energia Sustentável” que aconteceu ontem
(28) no auditório da Fieam, em Manaus.
De acordo com o
especialista, de todas as fontes de energia consideradas renováveis existentes
no Amazonas, a energia solar seria a mais recomendada considerando o quesito
“economicamente viável” para a região. “Especificamente para aquelas áreas que
chamamos de remotas (isoladas), a alternativa mais adequada ainda é a energia
fotovoltaica, já que não há condição de se montar uma rede aérea ou mesmo fazer
o lançamento de cabos subaquáticos por serem regiões de difícil acesso”,
explicou.
Em relação à
geração de energia produzida a partir de biomassa, Áureo esclareceu que o maior
empecilho se daria na questão da falta de produção em larga escala. “Essa
alternativa não é economicamente viável por conta de não termos o produto em
quantidade suficiente para a geração de energia elétrica. Isso seria possível
somente se houvesse a participação de outros atores da sociedade e dos governos
incentivando a produção rural”, enfatizou.
Já o
professor-doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos, Rubem Souza, que é
diretor do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM) da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam), hoje a solução seria sim a energia
fotovoltaica, porém, com algumas ressalvas.
“Eu defendo que,
não só no Amazonas como em qualquer outro lugar do Brasil a fonte de energia a
ser desenvolvida deve estar de acordo com a realidade de cada região. Por
exemplo, se formos instalar usinas fotovoltaicas em áreas de várzea, o custo
será muito maior. Por isso, depende de cada local e, no interior do Amazonas,
as dificuldades de se trabalhar ocorrem com qualquer tecnologia”, apontou.
Além da questão
regional, Rubem Souza também alerta para a questão da vida útil de cada
equipamento a ser utilizado; para a exploração dos recursos naturais e para a
mão de obra qualificada.
Miniusinas
A Eletrobras
Amazonas Energia já desenvolve desde 2011, o “Projeto 12 Miniusinas com
Minirredes com Sistema de Faturamento Pré-pago” em seis municípios do interior
do Estado (Autazes, Barcelos, Beruri, Eirunepé, Novo Airão e Maués). Pioneiro
no Brasil, o Projeto atende aproximadamente 222 unidades consumidoras (entre
casas, centro comunitários, escolas, igrejas, etc), o que representa um
universo de 1.300 pessoas que hoje utilizam energia elétrica gerada a partir da
luz do sol.
A intenção da
empresa é poder expandir o Projeto para outras comunidades localizadas em áreas
remotas onde não há condições de se instalar redes convencionais de energia
elétrica. Para isso, existem estudos que tramitam na Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) aguardando avaliação.
Redes inteligentes
O Amazonas
também possui outro projeto que é referência no Brasil. Trata-se do “Projeto
Parintins” que adota o uso do sistema smart grid (redes inteligentes) ao uso
conjunto de várias tecnologias integradas ao sistema de energia distribuída.
Também pioneiro nesse
formato, o Projeto está em desenvolvimento no município de Parintins e tem como
objetivo principal automatizar toda a rede de distribuição, além de adotar a
geração de energia elétrica a partir de placas fotovoltaicas (energia solar) a
serem instaladas nos tetos de algumas unidades consumidoras daquele município.
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