quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Solução de energia limpa para o interior do Amazonas está em fonte fotovoltaica


O líder do Partido da República na Assembleia Legislativa do Amazonas, Deputado Cabo Maciel tem feito severas críticas aos apagões que virou rotina no município de Itacoatiara, prejudicando os comerciantes, alunos, pacientes em hospitais e as donas de casas que se queixam de terem seus utencílios domésticos queimados.

Deputado Cabo Maciel tem denunciado os apagões em Itacoatiara
Pelo menos 80% do atendimento elétrico às localidades consideradas isoladas do interior do Estado do Amazonas pode ser realizado a partir da geração de energia fotovoltaica (energia solar). Os outros 20% devem ser distribuídos entre fontes a partir de PCH (Pequenas Centrais Hidrelétricas), hidrocinética (mecanismo em formato de roda movida a água) e biomassa, como energia complementar.
A informação foi fornecida pelo engenheiro Áureo Matos, do Processo de Projetos Especiais do Programa Luz para Todos na Eletrobras Amazonas Energia, durante o “Amazonas Greenergy - Simpósio Internacional de Energia Sustentável” que aconteceu ontem (28) no auditório da Fieam, em Manaus.

De acordo com o especialista, de todas as fontes de energia consideradas renováveis existentes no Amazonas, a energia solar seria a mais recomendada considerando o quesito “economicamente viável” para a região. “Especificamente para aquelas áreas que chamamos de remotas (isoladas), a alternativa mais adequada ainda é a energia fotovoltaica, já que não há condição de se montar uma rede aérea ou mesmo fazer o lançamento de cabos subaquáticos por serem regiões de difícil acesso”, explicou. 
Em relação à geração de energia produzida a partir de biomassa, Áureo esclareceu que o maior empecilho se daria na questão da falta de produção em larga escala. “Essa alternativa não é economicamente viável por conta de não termos o produto em quantidade suficiente para a geração de energia elétrica. Isso seria possível somente se houvesse a participação de outros atores da sociedade e dos governos incentivando a produção rural”, enfatizou.

Já o professor-doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos, Rubem Souza, que é diretor do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), hoje a solução seria sim a energia fotovoltaica, porém, com algumas ressalvas.
“Eu defendo que, não só no Amazonas como em qualquer outro lugar do Brasil a fonte de energia a ser desenvolvida deve estar de acordo com a realidade de cada região. Por exemplo, se formos instalar usinas fotovoltaicas em áreas de várzea, o custo será muito maior. Por isso, depende de cada local e, no interior do Amazonas, as dificuldades de se trabalhar ocorrem com qualquer tecnologia”, apontou.
Além da questão regional, Rubem Souza também alerta para a questão da vida útil de cada equipamento a ser utilizado; para a exploração dos recursos naturais e para a mão de obra qualificada.

Miniusinas

A Eletrobras Amazonas Energia já desenvolve desde 2011, o “Projeto 12 Miniusinas com Minirredes com Sistema de Faturamento Pré-pago” em seis municípios do interior do Estado (Autazes, Barcelos, Beruri, Eirunepé, Novo Airão e Maués). Pioneiro no Brasil, o Projeto atende aproximadamente 222 unidades consumidoras (entre casas, centro comunitários, escolas, igrejas, etc), o que representa um universo de 1.300 pessoas que hoje utilizam energia elétrica gerada a partir da luz do sol.
A intenção da empresa é poder expandir o Projeto para outras comunidades localizadas em áreas remotas onde não há condições de se instalar redes convencionais de energia elétrica. Para isso, existem estudos que tramitam na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aguardando avaliação.

Redes inteligentes

O Amazonas também possui outro projeto que é referência no Brasil. Trata-se do “Projeto Parintins” que adota o uso do sistema smart grid (redes inteligentes) ao uso conjunto de várias tecnologias integradas ao sistema de energia distribuída.
Também pioneiro nesse formato, o Projeto está em desenvolvimento no município de Parintins e tem como objetivo principal automatizar toda a rede de distribuição, além de adotar a geração de energia elétrica a partir de placas fotovoltaicas (energia solar) a serem instaladas nos tetos de algumas unidades consumidoras daquele município.

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