terça-feira, 1 de novembro de 2011

A primeira impressão é a que fica

Por: Política para Político

A expressão é surrada, mas é que melhor traduz não só a importância da imagem de um político, como o zelo com que ele deve tratá-la.
O político deve se policiar sempre

A disputa política se dá entre imagens e quem vota escolhe aquele que, no seu julgamento, for mais convincente e transmitir maior credibilidade. Por isso, os políticos lutam até o último fôlego para defender e promover suas imagens. Sabem que se ela for abalada, as chances de recuperação tornam-se muito remota. Sendo um jogo de imagens a política tem características que aproximam de um teatro - e outras se assemelham as dos jogos. Assim, fazem parte dessa dinâmica esconder a verdadeira intenção, evitar compromissos definitivos, evitar compromissos e administrar as presenças e as ausências, dissimular e ocultar fragilidade expor pontos fortes, cuidar do que fala entre muitas outras atitudes.
Sarney já tem sua marca

Um líder nunca será demasiado prudente com a primeira impressão que sua imagem vai deixar. Afinal, nunca haverá uma segunda chance para produzir um “novo” impacto inicial. Para a maioria das pessoas, ele é único e definitivo – e funciona como as lentes coloridas de um par de óculos: você passa a ver a realidade através delas, com todos seus tons. Se a primeira impressão Fo favorável, o público tende a ter boa vontade, tolerância e compleição para com as aparições posteriores. Se acontecer o contrário, a imagem sofrerá um efeito exponencial negativo sobre erros e falhas que vierem a ser cometidos, legitimando e confirmando aquela primeira impressão hostil. Não é impossível reverte-la, mas é tarefa que demanda muito trabalho, tempo e nem sempre logra sucesso.
Existem aqueles que sujam a classe com escândalos
Há muito projetos de governo que, por falhas de apresentação, adquirem logo uma “má fama” que, mesmo não correspondendo à realidade, “gruda”de tal maneira que persistem por anos e até décadas depois da proposta haver sido implementada. A mesma regra vale para a imagem pessoal. Se a primeira impressão for ruim, é certo que ela tende a perdurar, tornando-se “verdade”. Isto ocorre porque um impacto inicial desfavorável sempre será mais marcante que um positivo. A percepção se difunde pela repetição e pela comunicação pessoal. Em breve, alguém agregará um apelido à imagem, emprestando-lhe fixidez, facilidade.
Humor na política
As primeiras impressões possuem tanta força porque é exatamente isso: as primeiras. Elas preenchem um espaço vazio na mente – antes delas, nada havia. Quando surgem são retidas naquela lacuna de memória tal qual foram apreendidas. A partir daí, pertencem ao patrimônio perceptivo da pessoa, e não mais ao político que as produziu. Por isso, é por outras. Como eles integram o imaginário de cada individuo, tudo vai depender de uma certa flexibilidade mental para aceitar transformações, vencendo a resistência natural diante da tentativa desta natureza.
Tiririca agradou o povo
Por isso, os políticos investem pessoalmente no cultivo da simpatia, que, ao longo do tempo perde a espontaneidade para parecer um estratagema de sedução. Por isso, os políticos cumprimentam a todos, mesmo não conhecendo as pessoas que encontram. Por isso, os políticos hesitam tanto em assumir posições onerosas e desgastantes, preferindo e abraçando com fervor aquelas que são atraentes e populares. Por isso, os profissionais de marketing “produzem”, nos mínimos detalhes, as imagens dos políticos, aparando arestas, corrigindo erros e alterando comportamentos. Por isso, os políticos cuidam muito de sua aparência pessoal e dos trajes que vestem.
Aprenda a votar, e não reclamar
Essas e outras medidas não podem ser tratadas, simplificadamente, como gestos demagógicos – embora muitos sejam. O que todos buscam é causar uma primeira impressão favorável, reforçando-a pela reiteração do contato. Depois de tanto praticar, tais altitudes se tornam hábitos consolidados e até mesmo cacoetes. Prova disso é a mentira jocosa de caracterizar uma pessoa que, socialmente, tem o hábito de agradar os outros e de mostrar simpatia, com a frase: “É um político”. Na realidade, esses hábitos pretendem despertando primeiras impressões em algum eleitor potencial.

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